Criado há mais de uma década com o objetivo de desenvolver trabalhos de assistência social, grupo mistura música e solidariedade
Em 26 de fevereiro, o Coral da ADPF-DF completou 11 anos de existência, tempo suficiente para reunir boas histórias e um legado que vai além da cantoria.
O delegado federal aposentado Bolivar Steinmetez, que criou o coral ao lado da delegada federal aposentada Iracema Cirino de Sá Ribeiro, conta que a principal finalidade do grupo é fazer assistência social por meio da música e de campanhas solidárias. É, também, uma forma de aproximar a Polícia Federal da comunidade.
“As pessoas se surpreendem quando descobrem que o coral é formado por delegados. Mas, a polícia não é só prender. Nós também somos humanos e nos sentimos gratificados de poder ajudar ao próximo, seja levando alegria com a nossa música, ou doações a quem precisa”, explica Steinmetez.
É o que acontece, por exemplo, no Lar Francisco de Assis, entidade filantrópica que atende idosos no Núcleo Bandeirantes, no Distrito Federal. Além de fazer apresentações musicais, o Coral da ADPF-DF doa cadeiras de rodas, materiais de higiene pessoal e de limpeza, além de cobertores e fraldas.
O Lar dos Velhinhos Bezerra de Menezes, em Sobradinho, também recebe apresentações do grupo. O fundador tem uma lembrança muito especial de um desses momentos: “Enquanto o coral se apresentava, eu olhei pelos corredores e avistei idosos que não conseguiam se levantar da cama de tão debilitados e balançavam as pernas ao som do que os coralistas cantavam. É isso o que toca, emociona a gente”.
Em 2019, foi a vez dos moradores de rua de Taguatinga ganharem cobertores e camisetas, no período do inverno. O mesmo foi feito na comunidade quilombola dos kalungas,no município de Cavalcante, em Goiás.
Benefícios
Não é só o prazer de ajudar o próximo que move os coralistas. O forte vínculo de amizade que os integrantes passam a ter e os benefícios para a saúde, também os estimula a continuar juntos, todas as quartas-feiras, ensaiando durante à noite, na sede da Diretoria Regional da ADPF-DF, no Lago Sul.
É que o canto, segundo fonoaudiólogos, traz muitos benefícios para a saúde física, mental e social. Os exercícios respiratórios que são praticados durante as aulas, por exemplo, regulam a postura corporal, eliminam a insônia e a dificuldade para engolir alimentos, melhoram a tonicidade da laringe, entre outros.
Atualmente, o coral possui 29 componentes, entre associados aposentados, familiares e convidados. E, nesses 11 anos, acumula centenas de apresentações em hospitais, cantatas de Natal, missas e nos aniversários de Brasília e da Polícia Federal. O grupo também recebe convites de instituições como o Banco do Brasil e o Serviço Social do Comércio (Sesc). Os coralistas chegaram a se apresentar em Mendonza, na Argentina, durante o Festival Internacional de Coros das Américas Cantapueblo.
Com a experiência de quem ajudou a fundar e presidiu a ADPF por cinco mandatos, Bolivar Steinmetez, atual diretor de Aposentados da ADPF Nacional, acredita que iniciativas como a do coral fazem bem para os colegas que não estão mais na ativa. Segundo ele, a ação mantém viva a chama de ser delegado de Polícia Federal por meio do vínculo de amizade criado entre os participantes.